Eu, Christiane F., drogada e prostituída...
Christiane Vera Felscherinow mais conhecida como Christiane F., (Hamburgo, 20 de maio de 1962) foi uma consumidora de drogas alemã.
História:
Mudou-se para Berlim em 1968 com os pais e com a irmã mais nova. Morou primeiramente no bairro de Kreuzberg, depois no bairro de Nëukolln. Mas foi no conjunto habitacional de Groppiusstadt no distrito de Rudow, onde Christiane começou a se envolver com as drogas ao freqüentar o Grupo de Jovens. Nesta época, aos 12 anos de idade, começou a fumar maconha e consumir medicamentos como Valium, Mandrix e LSD.
O Sound:
Em 1975, aos 13 anos, Christiane começou a freqüentar o Sound, a discoteca mais badalada na época em Berlim. Alí conheceu Detlef (aquele que seria seu namorado) além de Axel, Babsi, Atze, Zombie, Stella entre outros.
A Heroína:
Uma nova droga começava a circular na cena em Berlim. Era a heroína, ou simplesmente "H", como era mais conhecida. Apesar de temida por seu alto poder de viciar e por representar alto risco de morte, todos os amigos de Christiane acabaram se viciando com heroína, inclusive Detlef.
Christiane inalou heroína pela primeira vez após assistir a um show de David Bowie. Sua primeira "picada" foi num banheiro público na Estação Zoo. Apartir daí, Christiane afundaria cada vez mais no vício.
A Prostituição:
À medida que o vício avançava, Christiane aos 14 anos, como todos os seus amigos, começou a se prostituir na Estação Zoo para comprar heroína. A própria Christiane relata que no início, escolhia os clientes com quem faria programa e que se limitava a masturbá-los ou praticava sexo oral neles. Mas com a nescessidade de "se picar" três vezes ao dia, Christiane passou a aceitar qualquer cliente que se apresentasse (inclusive estrangeiros) e a praticar sexo dentro de carros. Os tempos de prostituição duraram de 1974 a 1977, quando foi presa e acusada de tráfico e consumo de drogas.
O Livro:
Durante seu julgamento num tribunal de infância e juventude, os Jornalistas Kai Hermann e Horst Hieck ficaram fascinados com seu depoimento sobre o vicio e propuseram a ela uma entrevista que acabou se estendendo por meses e deu base para o famoso livro Wir Kinder Vom Bahnhoff Zoo. O livro foi sucesso mundial sendo lançado em vários países, inclusive no Brasil com o titulo Eu, Christiane F., 13 anos drogada e prostituída. Com o sucesso do livro, Christiane ficou mundialmente famosa e até passou um tempo "limpa", garantindo estar livre das drogas. Mas em 1983, a polícia a prendeu no apartamento de um traficante em Berlim. Nesta época concedeu uma entrevista à revista alemã 'Stern', confessando que nunca havia realmente largado a heroína. Esta entrevista foi publicada no Brasil pela extinta revista Manchete em 1984.
O Filme:
Com o sucesso do livro e com a comoção da opinião pública pelo drama vivido pela jovem Christiane, o diretor Ulrich Edel resolveu transformar a história de Christiane e dos jovens da Estação Zoo em filme. O lançamento foi em 1981 com a atriz Natja Brünkhorst interpretando Christiane e Thomas Houstein como Detlef R. Apesar de nunca ter atuado, a atriz de 15 anos surpreendeu os críticos com uma atuação chocante. Edel descobriu Natja enquanto ela brincava no playground de seu colégio. Natja aceitou o papel e com o concentimento de seus pais, gravou o filme. Já Thomas Houstein que interpretou Detlef, foi descoberto num clube atlético e no início recusou o papel.
Ultimamente:
A maioria dos amigos de Christiane morreu vítima da heroína, entre eles sua amiga Babsi com 14 anos, além de Andras W. (Atze) e Axel, ambos com 17. Mas Christiane conseguiu sobreviver, mas nunca conseguiu se livrar do vício. Hoje, aos 44 anos de idade, toma vários medicamentos, faz hemodiálise regularmente e consome heroína. Os médicos dizem que seu estado é irreversível. Christiane mora num apartamento simples em Berlim com dois tios e com o filho Jan-Niklas.
Detlef também sobreviveu e trabalha como motorista de ônibus em Berlim. Mora com sua esposa e dois filhos e garante que se livrou das drogas.
Leia a entrevista concedida em 1984: